QUE PAÍS QUEREMOS DEIXAR PARA OS NOSSOS FILHOS?

Esta é a grande pergunta que devemos fazer hoje, na realidade todos já percebemos que o Brasil está indo de vento em popa, independentemente de acertos ou erros do governo, nossa economia estabilizada propiciará um grande crescimento nestes próximos anos e com certeza os investimentos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016 mudarão a face do Brasil.

As obras de infra-estrutura levarão alguns milhões de trabalhadores a se beneficiar de emprego, melhoria na renda e conseqüentemente inserção no mercado consumidor.

Seremos em 2014 duzentos milhões de habitantes envolvidos com o país do futebol e beneficiados por uma melhor estrutura em aeroportos, estradas, transporte e segurança publica, porém, existe algo que obrigatoriamente teremos que centrar nossos esforços, pois a grande pedra no nosso sapato será a questão ambiental, isto vale tanto para o controle rigoroso na perfuração dos poços de petróleo em nosso mar territorial, visando evitarmos uma tragédia similar ao que ocorre atualmente no Golfo do México, onde certamente a British Petroleum negligenciou regras básicas de segurança, assim como um ostensivo cuidado com as queimadas e a devastação que diariamente afeta inúmeras florestas de norte a sul do Brasil.

Somos um país continental e somente a área do município de Altamira no Pará é maior que Portugal, então nossos problemas são macros e fiscalizar, cobrar e trabalhar em prol da natureza não deve distinguir este ou aquele partido, estamos todos no mesmo barco e para evitarmos tragédias como as de Angra dos Reis na passagem do ano ou do Morro do Bumba em Niterói no começo de abril, devemos centrar nossas forças para viabilizar um desmatamento muito menor que o atual, além de incentivo aos processos de reciclagem do lixo, principalmente em muitas cidades do interior gaúcho, assim como uma maior conscientização de que o planeta Terra é a nossa casa e quanto mais a tratarmos com carinho, nossos filhos e netos certamente agradecerão.

A AMAZÔNIA E A CRISE MUNDIAL

Economia em crise foi responsável por 44% de queda brusca no desmate

Punição a desmatadores ou desaquecimento da economia? Um estudo publicado hoje conclui que metade do mérito pela queda do desmatamento na Amazônia em meados desta década não é do aumento da fiscalização, mas sim da baixa no mercado de commodities.
Com uma série de comparações estatísticas, cientistas do Brasil e dos EUA calcularam que 44% da redução do desmate observada de 2004 a 2006 foi reflexo da economia fraca. O resto seria mérito de políticas governamentais.

A criação de novas áreas protegidas fez 37% do serviço, e os 18% finais foram atingidos por meio de fiscalização e policiamento para coibir desmatamento ilegal _as chamadas políticas de "comando e controle".
Nesse período, o desmate anual caiu de 27 mil km² para 14 mil km². Embora a crise tenha sido o principal fator individual por trás da queda, a nova pesquisa comprova que o governo pode ter papel bem importante.
O novo estudo, liderado por Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais, traz outra boa notícia: os produtores que deixaram de desmatar em uma determinada área não migraram até outras regiões para cortar mais árvores.

Paulo Artaxo, físico atmosférico da USP que não participou do trabalho, diz ter ficado surpreso com o impacto das áreas protegidas. "Elas teriam o potencial de reduzir cerca de 8 bilhões de toneladas de carbono até 2050", diz. Seria equivalente aos EUA ficarem um ano inteiro sem queimar nem uma gota de combustível sequer.
Para Soares-Filho, a própria perspectiva do Redd já ajudou a controlar o desmate nos últimos anos: "Muitos fazendeiros têm expectativa de poder ter alguma remuneração pela conservação de suas florestas, e isso fez com que eles pensassem duas vezes antes de desmatar".

Segundo Moutinho, se o custo de implementação de todas as unidades de conservação for igual ao lucro ao qual a agropecuária renuncia por deixar de desmatar nelas, seu valor seria de US$ 147 bilhões. Não é muito, se dividirmos o valor entre os mais de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. "Poderíamos vender isso no mercado em créditos [de carbono] por um valor muito maior", diz.