Fabricantes de carros investem em bicicletas elétrica
O mercado de bicicletas elétricas cresceu nos últimos anos, o que está atraindo as montadoras de veículos. A Ford apresentou um conceito e a Smart lançou no Salão de Frankfurt, na última semana, uma E-Bike que chega ao mercado no ano que vem.
"O mercado de bicicletas elétricas está crescendo muito rápido, com cerca de 30 milhões de unidades vendidas globalmente no ano passado", afirma Axel Wilke, diretor de Personalização de Veículos da Ford Europa.
"Vemos as E-Bikes como um elemento importante de mobilidade urbana. Mais e mais pessoas estão usando E-Bikes em trajetos de curta distância e elas estão se tornando confortáveis com o conceito de mobilidade elétrica", avalia.
A E-Bike Concept, da Ford, mostra as linhas de design e a tecnologia de propulsão elétrica que a marca adotará no setor de duas rodas nos próximos anos.
Em alumínio e carbono, a estrutura é resistente e de baixo peso (2,5 kg). O motor, montado no cubo da roda dianteira, entrega 350 W e é movido a bateria de íons de lítio.
Já a E-Bike da Smart está mais próxima de ganhar as ruas. Estará nas lojas já no ano que vem por 2.850 euros.
A marca promete entregar tecnologia e qualidade de fabricação dignas de uma marca "premium".
"É um Smart de duas rodas. Em todos os sentidos, até na tração traseira", diz Annette Winkler, vice-presidente mundial da Smart.
A de íons de lítio que alimentam o motor são recarregadas a cada pedalada. Uma carga pode durar cerca de 60 km.
O ideal, porém, é dosar pedalada com o uso do motor, aliviando o esforço em subidas, por exemplo.
Com o motor elétrico acionado, a velocidade é limitada a 25 km/h. A correia dentada de carbono não usa graxa.
"Eu vi muitos bancários aqui em Frankfurt indo trabalhar de terno e de bicileta. Com a nossa E-Bike, você pode vestir branco que não vai sujar a roupa. E, usando o motor elétrico, você não chegará suado", promete Winkler.
Outras marcas "premium", como Audi, Maserati e McLaren, anunciaram modelos de bicicletas convencionais. A Mini lançou uma dobrável para caber nos pequenos porta-malas de seus modelos.
LIGA DAS FLORESTAS - O GREENPEACE CONTA COM VOCÊ
PROTEÍNAS PARA O CORPO E ROMANCES ESTÚPIDOS PARA A MENTE E O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
Esta frase está no livro de Aldous Huxley escrito na década de 40 e bastante atual nos dias de hoje.
Uma boa leitura é o livro do Principe Charles com uma visão bastante interessante do mundo atual e de nosso descaso pelo meio ambiente, enfim, algo de criativo neste mundo de pouca criação e muita badalação em que vivemos.
RESGATE DA TRADIÇÃO
Harmony - A Revolução da Sustentabilidade
O livro do príncipe Charles mostra uma visão holística do planeta. Ele acredita que, quando falamos em crise financeira, ou ambiental, estamos na verdade descrevendo as consequências de um problema mais profundo - uma "crise de percepção". Este “passeio” por ambiente, arquitetura, urbanismo, agricultura, religião, saúde e filosofia não é um capricho de um nobre ao qual sobra tempo - é uma obra de dedicação de décadas
Primeiro na linha de sucessão do trono britânico, Charles é um excêntrico onde eles (reza a lenda) se contam aos milhões - há décadas é satirizado por seu hábito de conversar com as plantas. Desde o começo dos anos 1980, vem travando uma batalha com a arquitetura moderna, que taxa de fria e desumana (com razões de sobra). E, antes disso, além de ser um jardineiro de mão cheia (ou com dedos verdes, como são chamados em seu país), já manifestava suas preocupações com os rumos do ambiente.
Seu livro, escrito em colaboração com o consultor Tony Juniper, e com Ian Skelly, uma espécie de factotum intelectual de vossa alteza, mostra uma visão holística do planeta, na qual se percebe claramente a influência do pensamento do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e de seu mais eminente seguidor, o sábio americano James Hillman. O príncipe acredita que quando falamos em crise financeira, ou ambiental, estamos na verdade descrevendo as consequências de um problema mais profundo - uma "crise de percepção". O que está equivocada é nossa maneira de ver o mundo, e sem uma ampla revisão de nossos valores, continuaremos à deriva, por mais que a ciência e a tecnologia possam nos ajudar. ´"É a dimensão espiritual de nossa existência que vem sendo perigosamente negligenciada durante a era moderna", pensa Charles. Ou, como diria em outra linguagem Jung, vivemos em um tempo em que "os deuses viraram doenças" - depois que abandonamos nossa sabedoria, e deixamos de ver que religião e ciência, matéria e espírito, fazem parte de um todo vivo, consciente e indivisível. Nos tornamos incapazes de seguirmos nossa intuição, e não enxergamos nada além da superfície e da aparência, num modo de vida que nega o lado não material de nossa humanidade. "Vê línguas nas árvores, livros nos regatos correntes, sermões nas pedras, e o bem em tudo", aconselhava o mais ilustre conterrâneo do príncipe, William Shakespeare. O que Charles quer resgatar é a tradição, e não combater o progresso - uma linha de pensamento que é um mantra para uma influente corrente do ambientalismo preocupada com a predação e homogeneização de valores muito acentuada depois da chegada da chamada globalização. "Assim como as espécies naturais, uma vez extintas, não podem ser recriadas em laboratórios, a sabedoria tradicional e perene, uma vez perdida, não pode ser recriada". O quer Charles não quer é um mundo como o descrito por outro conterrâneo, Aldous Huxley, que nos anos 1940 falava profeticamente de um futuro onde dominariam "proteínas para o corpo e romances estúpidos para a mente".
Príncipes podem ser playboys, mas podem ser também cultos e filosofar com propriedade sobre muitas coisas - temos um exemplo admirável aqui em nosso quintal, Dom Pedro II, que era um intelectual preocupado com a natureza e um visionário. Charles é um intelectual e um romântico que proclama, sem qualquer constrangimento, sua idéia de que ao negarmos a beleza negamos a nós mesmos e ao que nos cerca. Seu passeio por ambiente, arquitetura, urbanismo, agricultura, religião, saúde e filosofia não é um capricho de um nobre ao qual sobra tempo - é uma obra de dedicação de décadas. Podemos estar mais conectados do que nunca estivemos antes, por conta da tecnologia da informação, e ainda assim vivemos uma era de grande desconexão, de desnorteamento. "O grande experimento [do homem] distinguir-se do restante da criação fracassou", afirma ele. No jardim de sua residência de campo em Gloucestershire, o príncipe tem um lindo jardim inspirado nos desenhos dos tapetes turcos, derivados dos padrões encontrados nos jardins islâmicos. Lá, Charles plantou figueiras, romãzeiras e oliveiras por causa da menção destas espécies no Alcorão. A vida, nós deveríamos saber, é um permanente estado de oração.
Uma boa leitura é o livro do Principe Charles com uma visão bastante interessante do mundo atual e de nosso descaso pelo meio ambiente, enfim, algo de criativo neste mundo de pouca criação e muita badalação em que vivemos.
RESGATE DA TRADIÇÃO
Harmony - A Revolução da Sustentabilidade
O livro do príncipe Charles mostra uma visão holística do planeta. Ele acredita que, quando falamos em crise financeira, ou ambiental, estamos na verdade descrevendo as consequências de um problema mais profundo - uma "crise de percepção". Este “passeio” por ambiente, arquitetura, urbanismo, agricultura, religião, saúde e filosofia não é um capricho de um nobre ao qual sobra tempo - é uma obra de dedicação de décadas
Primeiro na linha de sucessão do trono britânico, Charles é um excêntrico onde eles (reza a lenda) se contam aos milhões - há décadas é satirizado por seu hábito de conversar com as plantas. Desde o começo dos anos 1980, vem travando uma batalha com a arquitetura moderna, que taxa de fria e desumana (com razões de sobra). E, antes disso, além de ser um jardineiro de mão cheia (ou com dedos verdes, como são chamados em seu país), já manifestava suas preocupações com os rumos do ambiente.
Seu livro, escrito em colaboração com o consultor Tony Juniper, e com Ian Skelly, uma espécie de factotum intelectual de vossa alteza, mostra uma visão holística do planeta, na qual se percebe claramente a influência do pensamento do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e de seu mais eminente seguidor, o sábio americano James Hillman. O príncipe acredita que quando falamos em crise financeira, ou ambiental, estamos na verdade descrevendo as consequências de um problema mais profundo - uma "crise de percepção". O que está equivocada é nossa maneira de ver o mundo, e sem uma ampla revisão de nossos valores, continuaremos à deriva, por mais que a ciência e a tecnologia possam nos ajudar. ´"É a dimensão espiritual de nossa existência que vem sendo perigosamente negligenciada durante a era moderna", pensa Charles. Ou, como diria em outra linguagem Jung, vivemos em um tempo em que "os deuses viraram doenças" - depois que abandonamos nossa sabedoria, e deixamos de ver que religião e ciência, matéria e espírito, fazem parte de um todo vivo, consciente e indivisível. Nos tornamos incapazes de seguirmos nossa intuição, e não enxergamos nada além da superfície e da aparência, num modo de vida que nega o lado não material de nossa humanidade. "Vê línguas nas árvores, livros nos regatos correntes, sermões nas pedras, e o bem em tudo", aconselhava o mais ilustre conterrâneo do príncipe, William Shakespeare. O que Charles quer resgatar é a tradição, e não combater o progresso - uma linha de pensamento que é um mantra para uma influente corrente do ambientalismo preocupada com a predação e homogeneização de valores muito acentuada depois da chegada da chamada globalização. "Assim como as espécies naturais, uma vez extintas, não podem ser recriadas em laboratórios, a sabedoria tradicional e perene, uma vez perdida, não pode ser recriada". O quer Charles não quer é um mundo como o descrito por outro conterrâneo, Aldous Huxley, que nos anos 1940 falava profeticamente de um futuro onde dominariam "proteínas para o corpo e romances estúpidos para a mente".
Príncipes podem ser playboys, mas podem ser também cultos e filosofar com propriedade sobre muitas coisas - temos um exemplo admirável aqui em nosso quintal, Dom Pedro II, que era um intelectual preocupado com a natureza e um visionário. Charles é um intelectual e um romântico que proclama, sem qualquer constrangimento, sua idéia de que ao negarmos a beleza negamos a nós mesmos e ao que nos cerca. Seu passeio por ambiente, arquitetura, urbanismo, agricultura, religião, saúde e filosofia não é um capricho de um nobre ao qual sobra tempo - é uma obra de dedicação de décadas. Podemos estar mais conectados do que nunca estivemos antes, por conta da tecnologia da informação, e ainda assim vivemos uma era de grande desconexão, de desnorteamento. "O grande experimento [do homem] distinguir-se do restante da criação fracassou", afirma ele. No jardim de sua residência de campo em Gloucestershire, o príncipe tem um lindo jardim inspirado nos desenhos dos tapetes turcos, derivados dos padrões encontrados nos jardins islâmicos. Lá, Charles plantou figueiras, romãzeiras e oliveiras por causa da menção destas espécies no Alcorão. A vida, nós deveríamos saber, é um permanente estado de oração.
O PRÍNCIPE DAS ENERGIAS SUSTENTÁVEIS
Esta matéria abaixo fala das boas iniciativas do Príncipe Charles em relação aos projetos sustentáveis para o nosso planeta, enfim, se o Reino Unido com a pouca quantidade de energia solar pode ter painéis solares, porque o Brasil com praticamente 365 dias por ano de alta quantidade de sol não segue o mesmo exemplo, perguntas que ficam sem respostas, talvez as nossas iniciativas e a nossa vontade de mudar o padrão energético não sejam tão fortes assim.
Creio que deveríamos trabalhar neste sentido, energia solar e carros elétricos são um bom exemplo de como podemos mudar o nosso pequeno planeta e garantir um mundo melhor para todos nós.
Abaixo a matéria e o nome do interessante livro do Príncipe Charles para quem desejar seguir este caminho de boas energias.
O PRÍNCIPE DA ENERGIA
Na linha do seu livro Harmony: A Revolução da Sustentabilidade — Um Novo Olhar Sobre o Mundo, lançado recentemente, o príncipe Charles anunciou a redução de 22% nas emissões da Clarence House, sua residência oficial em Londres, no ano passado.
Parte desse resultado deve-se ao uso de energias renováveis pela família real. Como exemplo, pode-se citar a instalação de 30 painéis solares na própria Clarence House e outros 400 na fazenda de Charles em Gloustershire. Aliás, vale ressaltar que a energia que não for utilizada entra automaticamente na rede.
Por conta dessas iniciativas, o príncipe Charles pode garantir hoje que cerca de 50% da energia das residências da família real é proveniente de fontes renováveis.
Creio que deveríamos trabalhar neste sentido, energia solar e carros elétricos são um bom exemplo de como podemos mudar o nosso pequeno planeta e garantir um mundo melhor para todos nós.
Abaixo a matéria e o nome do interessante livro do Príncipe Charles para quem desejar seguir este caminho de boas energias.
O PRÍNCIPE DA ENERGIA
Na linha do seu livro Harmony: A Revolução da Sustentabilidade — Um Novo Olhar Sobre o Mundo, lançado recentemente, o príncipe Charles anunciou a redução de 22% nas emissões da Clarence House, sua residência oficial em Londres, no ano passado.
Parte desse resultado deve-se ao uso de energias renováveis pela família real. Como exemplo, pode-se citar a instalação de 30 painéis solares na própria Clarence House e outros 400 na fazenda de Charles em Gloustershire. Aliás, vale ressaltar que a energia que não for utilizada entra automaticamente na rede.
Por conta dessas iniciativas, o príncipe Charles pode garantir hoje que cerca de 50% da energia das residências da família real é proveniente de fontes renováveis.
BOAS NOTICIAS
América Latina é 2º região que mais investe em energias renováveis
DA EFE, EM TORONTO
A América Latina foi em 2010 a segunda região do mundo que mais investiu no setor das energias renováveis, com aumento de 39% com relação ao ano anterior, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (7).
O setor das energias renováveis recebeu em 2010 no mundo todo investimentos no valor de US$ 211 bilhões, 32% a mais que em 2009 e 540 % acima do valor de 2004.
O relatório do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) assinala que o aumento do número de fazendas eólicas da China e de pequenas plantas solares nos edifícios europeus foram os principais responsáveis pelo aumento significativo dos investimentos em 2010.
Contudo, o documento também aponta que, pela primeira vez, as economias em desenvolvimento superaram às dos países desenvolvidos em termos de "novos investimentos financeiros", ou seja, o gasto em projetos de energias renováveis de grande escala e o fornecimento de capital a companhias deste setor.
No capítulo "Novos Investimentos Financeiros", os países em desenvolvimento destinaram US$ 72 bilhões, US$ 2 bilhões a mais que os países desenvolvidos.
Entre as nações em desenvolvimento, a China foi a que mais investiu em energias renováveis em 2010, com US$ 48,9 bilhões, 28% a mais que em 2009.
A América Latina foi a segunda região do mundo, já que aplicou US$ 13,1 bilhões, um aumento de 39% comparado ao ano anterior.
O Oriente Médio e a África empregaram US$ 5 bilhões, um aumento de 104%, a Índia US$ 3,8 bilhões - 25% de aumento, e os países em desenvolvimento da Ásia (excluindo China e Índia), US$ 4 bilhões - 4% a mais que 2009.
O diretor-executivo do PNUMA e o subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner, comunicou em nota oficial que "o crescimento sustentável deste segmento central da economia verde não é uma casualidade".
"A combinação de objetivos estabelecidos pelos governos, políticas de apoio e fundos de estímulo estão sustentando o crescimento do setor de renováveis e aproximando a transformação que tanto é necessária no nosso sistema de energia global", acrescentou Achim.
AMÉRICA LATINA
Na América Latina, o Brasil, o México, o Chile e a Argentina foram os líderes em investimentos de energias renováveis.
O Brasil foi o principal investidor da região, já que empregou US$ 7 bilhões. Porém, paradoxalmente o número foi 5% inferior ao de 2009.
O relatório assinala que a queda de 2010 - que apontou uma baixa contínua em 2009 de 44% - foi consequência da "consolidação do setor de biocombustíveis brasileiro que está em grande medida fragmentado".
"Não foi por falta de interesse, simplesmente ficou concentrado em fusões e aquisições que não são contabilizadas como novos fundos para esse setor", acrescentou o relatório.
E a consolidação do mercado brasileiro vai continuar nos próximos anos porque ainda tem 220 empresas no mercado de etanol, embora apenas 10 tenham capacidade para gerar mais de 10 milhões de toneladas do combustível.
No México, os investimentos aumentaram 348% em 2010, até chegar a US$ 2,32 bilhões, principalmente em energia eólica, mas também em geotérmica, devido à decisão das autoridades mexicanas de aumentar a capacidade das energias renováveis do atual 3,3% ao 7,5% para 2012.
O grande filão desta política é a energia eólica porque os planos do governo mexicano assinalam que 4,3% da energia total do país terão que ser originadas em fazendas de vento. Em 2010, o México financiou 988 megawatts de potência de energia eólica.
No Chile, onde o objetivo é providenciar para que 10% da energia seja renovável até 2025, os investimentos totalizaram US$ 960 milhões, um aumento de 21% comparado a 2009.
Da mesma forma, a Argentina estabeleceu para 2016 que 8% do setor energético proceda de fontes renováveis o que significou em 2010 a multiplicação por sete até chegar a US$ 740 milhões.
Já no Peru, o governo fixou que 5% será proveniente de energias renováveis até 2013. No ano passado, os investimentos chegaram a US$ 480 milhões - mais que o dobro em 2009 - destinados principalmente a pequenas centrais hidroelétricas e a plantas de etanol e biomassa.
Na China, o aumento expressivo dos investimentos esteve dirigido pelo crescimento das fazendas eólicas, que abocanharam 78% da soma durante o ano e acrescentaram 17 GWh de potência ao país.
No final de 2010, a capacidade total das fazendas eólicas chinesas era de 42,5 GWh, a maior do mundo e dez vezes mais que a Dinamarca.
DA EFE, EM TORONTO
A América Latina foi em 2010 a segunda região do mundo que mais investiu no setor das energias renováveis, com aumento de 39% com relação ao ano anterior, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (7).
O setor das energias renováveis recebeu em 2010 no mundo todo investimentos no valor de US$ 211 bilhões, 32% a mais que em 2009 e 540 % acima do valor de 2004.
O relatório do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) assinala que o aumento do número de fazendas eólicas da China e de pequenas plantas solares nos edifícios europeus foram os principais responsáveis pelo aumento significativo dos investimentos em 2010.
Contudo, o documento também aponta que, pela primeira vez, as economias em desenvolvimento superaram às dos países desenvolvidos em termos de "novos investimentos financeiros", ou seja, o gasto em projetos de energias renováveis de grande escala e o fornecimento de capital a companhias deste setor.
No capítulo "Novos Investimentos Financeiros", os países em desenvolvimento destinaram US$ 72 bilhões, US$ 2 bilhões a mais que os países desenvolvidos.
Entre as nações em desenvolvimento, a China foi a que mais investiu em energias renováveis em 2010, com US$ 48,9 bilhões, 28% a mais que em 2009.
A América Latina foi a segunda região do mundo, já que aplicou US$ 13,1 bilhões, um aumento de 39% comparado ao ano anterior.
O Oriente Médio e a África empregaram US$ 5 bilhões, um aumento de 104%, a Índia US$ 3,8 bilhões - 25% de aumento, e os países em desenvolvimento da Ásia (excluindo China e Índia), US$ 4 bilhões - 4% a mais que 2009.
O diretor-executivo do PNUMA e o subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner, comunicou em nota oficial que "o crescimento sustentável deste segmento central da economia verde não é uma casualidade".
"A combinação de objetivos estabelecidos pelos governos, políticas de apoio e fundos de estímulo estão sustentando o crescimento do setor de renováveis e aproximando a transformação que tanto é necessária no nosso sistema de energia global", acrescentou Achim.
AMÉRICA LATINA
Na América Latina, o Brasil, o México, o Chile e a Argentina foram os líderes em investimentos de energias renováveis.
O Brasil foi o principal investidor da região, já que empregou US$ 7 bilhões. Porém, paradoxalmente o número foi 5% inferior ao de 2009.
O relatório assinala que a queda de 2010 - que apontou uma baixa contínua em 2009 de 44% - foi consequência da "consolidação do setor de biocombustíveis brasileiro que está em grande medida fragmentado".
"Não foi por falta de interesse, simplesmente ficou concentrado em fusões e aquisições que não são contabilizadas como novos fundos para esse setor", acrescentou o relatório.
E a consolidação do mercado brasileiro vai continuar nos próximos anos porque ainda tem 220 empresas no mercado de etanol, embora apenas 10 tenham capacidade para gerar mais de 10 milhões de toneladas do combustível.
No México, os investimentos aumentaram 348% em 2010, até chegar a US$ 2,32 bilhões, principalmente em energia eólica, mas também em geotérmica, devido à decisão das autoridades mexicanas de aumentar a capacidade das energias renováveis do atual 3,3% ao 7,5% para 2012.
O grande filão desta política é a energia eólica porque os planos do governo mexicano assinalam que 4,3% da energia total do país terão que ser originadas em fazendas de vento. Em 2010, o México financiou 988 megawatts de potência de energia eólica.
No Chile, onde o objetivo é providenciar para que 10% da energia seja renovável até 2025, os investimentos totalizaram US$ 960 milhões, um aumento de 21% comparado a 2009.
Da mesma forma, a Argentina estabeleceu para 2016 que 8% do setor energético proceda de fontes renováveis o que significou em 2010 a multiplicação por sete até chegar a US$ 740 milhões.
Já no Peru, o governo fixou que 5% será proveniente de energias renováveis até 2013. No ano passado, os investimentos chegaram a US$ 480 milhões - mais que o dobro em 2009 - destinados principalmente a pequenas centrais hidroelétricas e a plantas de etanol e biomassa.
Na China, o aumento expressivo dos investimentos esteve dirigido pelo crescimento das fazendas eólicas, que abocanharam 78% da soma durante o ano e acrescentaram 17 GWh de potência ao país.
No final de 2010, a capacidade total das fazendas eólicas chinesas era de 42,5 GWh, a maior do mundo e dez vezes mais que a Dinamarca.
O DESMATAMENTO CONTINUA NA GRANDE FLORESTA
Noticia publicada esta semana na Folha Online mostra que a ação predatória na Grande Floresta continua acelerada, com pouca fiscalização e enorme extensão territorial realmente o problema amazônico avança.
Abaixo a preocupante matéria.
01/07/2011 - 08h21
Ibama flagra desmatamento feito com aviões na Amazônia.
O Ibama identificou uma área de floresta amazônica, do tamanho de 180 campos de futebol, destruída pela ação de herbicidas.
A terra, que pertence à União, fica ao sul do município amazonense de Canutama, na fronteira com Rondônia. O responsável pelo crime ambiental ainda não foi identificado pelo órgão.
Em sobrevoo de duas horas de helicóptero, na segunda semana de junho, analistas do Ibama observaram milhares de árvores em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.
Encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno. Especialistas dizem que os agrotóxicos, pulverizados de avião sobre as florestas nativas, matam as árvores de imediato, contaminam solo, lençóis freáticos, animais e pessoas.
Anteontem, a Folha informou que o Ibama apreendera quatro toneladas de agrotóxicos que seriam usados para esse fim. Até agora, o único registro de uso dessas substâncias em desmatamentos no Estado era de 1999.
O Ibama de Rondônia, por sua vez, afirma que, em 2008, flagrou uma área de cinco hectares destruída por herbicidas na região de São Francisco do Guaporé.
FLORESTAS PÚBLICAS
Jerfferson Lobato, chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, afirma que o uso de agrotóxicos acelera o desmatamento de florestas públicas (pertencentes à União ou aos Estados), que são um dos alvos da ação de grileiros, fazendeiros e madeireiros.
O fenômeno é recente, no entanto. O mais comum é devastar com motosserras, tratores e queimadas.
"Eles [os infratores] mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extratores para driblar a fiscalização do Ibama", afirmou Lobato.
O Ibama chegou à área destruída, de 178 hectares, depois que o sistema por satélite Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontou indícios do crime ambiental. "Fomos verificar e confirmamos a destruição."
Para encontrar o local no sul de Canutama (555 km em linha reta de Manaus), os analistas ambientais do Ibama partiram de helicóptero de Humaitá (AM) em direção a Porto Velho (RO).
A terra atingida fica entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada. De acordo com o chefe da delegacia especializada em repressão contra crimes ambientais e patrimônio histórico da Polícia Federal, delegado Carlos André Gastão, pulverizar agrotóxicos em florestas é crime.
Um inquérito deve ser aberto para investigar a denúncia, após a notificação do Ibama. "A pessoa será responsabilizada pelo uso indevido de agrotóxicos e pelo desmatamento", disse. A multa pode chegar a R$ 2 milhões, afirma o órgão.
ALTA E BAIXA
O Inpe divulgou ontem os dados do Deter correspondentes ao mês de maio deste ano. Foram derrubados 268 km² de mata na Amazônia, um aumento em torno de 2,5 vezes em relação ao mesmo mês do ano passado.
É, no entanto, uma desaceleração no desmate em relação aos meses de março e abril, quando a média da área derrubada chegou a quase 300 km². O governo atribui a diferença ao fortalecimento da fiscalização em abril.
Abaixo a preocupante matéria.
01/07/2011 - 08h21
Ibama flagra desmatamento feito com aviões na Amazônia.
O Ibama identificou uma área de floresta amazônica, do tamanho de 180 campos de futebol, destruída pela ação de herbicidas.
A terra, que pertence à União, fica ao sul do município amazonense de Canutama, na fronteira com Rondônia. O responsável pelo crime ambiental ainda não foi identificado pelo órgão.
Em sobrevoo de duas horas de helicóptero, na segunda semana de junho, analistas do Ibama observaram milhares de árvores em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.
Encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno. Especialistas dizem que os agrotóxicos, pulverizados de avião sobre as florestas nativas, matam as árvores de imediato, contaminam solo, lençóis freáticos, animais e pessoas.
Anteontem, a Folha informou que o Ibama apreendera quatro toneladas de agrotóxicos que seriam usados para esse fim. Até agora, o único registro de uso dessas substâncias em desmatamentos no Estado era de 1999.
O Ibama de Rondônia, por sua vez, afirma que, em 2008, flagrou uma área de cinco hectares destruída por herbicidas na região de São Francisco do Guaporé.
FLORESTAS PÚBLICAS
Jerfferson Lobato, chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, afirma que o uso de agrotóxicos acelera o desmatamento de florestas públicas (pertencentes à União ou aos Estados), que são um dos alvos da ação de grileiros, fazendeiros e madeireiros.
O fenômeno é recente, no entanto. O mais comum é devastar com motosserras, tratores e queimadas.
"Eles [os infratores] mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extratores para driblar a fiscalização do Ibama", afirmou Lobato.
O Ibama chegou à área destruída, de 178 hectares, depois que o sistema por satélite Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontou indícios do crime ambiental. "Fomos verificar e confirmamos a destruição."
Para encontrar o local no sul de Canutama (555 km em linha reta de Manaus), os analistas ambientais do Ibama partiram de helicóptero de Humaitá (AM) em direção a Porto Velho (RO).
A terra atingida fica entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada. De acordo com o chefe da delegacia especializada em repressão contra crimes ambientais e patrimônio histórico da Polícia Federal, delegado Carlos André Gastão, pulverizar agrotóxicos em florestas é crime.
Um inquérito deve ser aberto para investigar a denúncia, após a notificação do Ibama. "A pessoa será responsabilizada pelo uso indevido de agrotóxicos e pelo desmatamento", disse. A multa pode chegar a R$ 2 milhões, afirma o órgão.
ALTA E BAIXA
O Inpe divulgou ontem os dados do Deter correspondentes ao mês de maio deste ano. Foram derrubados 268 km² de mata na Amazônia, um aumento em torno de 2,5 vezes em relação ao mesmo mês do ano passado.
É, no entanto, uma desaceleração no desmate em relação aos meses de março e abril, quando a média da área derrubada chegou a quase 300 km². O governo atribui a diferença ao fortalecimento da fiscalização em abril.
TURISMO NA SELVA
Exploração de áreas protegidas renderia R$ 10 bilhões por ano
As áreas naturais protegidas do Brasil poderiam render a nada desprezível quantia de R$ 9,8 bilhões por ano se fossem administradas com mais afinco, de acordo com levantamento divulgado na terça-feira em Brasília.
A conta inclui apenas possíveis lucros com visitação de turistas, extração sustentável de recursos (como madeira e borracha) e estoques de carbono, que tendem a se tornar cada vez mais valorizados no mercado internacional com o aquecimento global.
O estudo recebeu a chancela do Pnuma, principal órgão ambiental da ONU, e foi coordenado por Rodrigo Medeiros, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Frickmann Young, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e Fabio França Silva Araújo, do Ministério do Meio Ambiente.
No trabalho, os especialistas levam em conta o fato de que a diversidade das unidades de conservação no Brasil permite, em muitos casos, um uso criterioso da mata, o chamado manejo florestal.
Seguindo critérios como tamanho mínimo de árvores abatidas, tempo de crescimento das espécies e impacto do corte sobre o resto da mata, é possível realizar uma exploração madeireira de baixo impacto.
A lei já permite concessões para esse tipo de atividade em unidades de conservação como as Flonas (florestas nacionais), embora a ideia ainda esteja engatinhando.
CÁLCULO
E foi com base na Flona do Jamari (RO) que os pesquisadores calcularam o potencial desse mercado para todas as florestas nacionais e estaduais da Amazônia: até R$ 2,2 bilhões anuais -- mais do que todo o mercado atual de madeira nativa do Brasil.
Atividades extrativistas de baixo impacto, como obtenção de castanha-do-pará e borracha, somam mais de R$ 50 milhões a esse número.
Outro potencial inexplorado, segundo a pesquisa, é o dos parques nacionais --de 67 existentes hoje, apenas 18 cobram ingresso dos visitantes e monitoram seu fluxo.
Usando dados de locais bem conhecidos, como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), e estimativas do aumento do turismo nos próximos anos por conta de eventos como as Olimpíadas de 2016, os pesquisadores afirmam que seria possível obter até R$ 2 bilhões por ano.
A principal aposta para o futuro, no entanto, envolve a emissão evitada de gás carbônico, principal causador do aquecimento global.
As áreas naturais protegidas do Brasil poderiam render a nada desprezível quantia de R$ 9,8 bilhões por ano se fossem administradas com mais afinco, de acordo com levantamento divulgado na terça-feira em Brasília.
A conta inclui apenas possíveis lucros com visitação de turistas, extração sustentável de recursos (como madeira e borracha) e estoques de carbono, que tendem a se tornar cada vez mais valorizados no mercado internacional com o aquecimento global.
O estudo recebeu a chancela do Pnuma, principal órgão ambiental da ONU, e foi coordenado por Rodrigo Medeiros, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Frickmann Young, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e Fabio França Silva Araújo, do Ministério do Meio Ambiente.
No trabalho, os especialistas levam em conta o fato de que a diversidade das unidades de conservação no Brasil permite, em muitos casos, um uso criterioso da mata, o chamado manejo florestal.
Seguindo critérios como tamanho mínimo de árvores abatidas, tempo de crescimento das espécies e impacto do corte sobre o resto da mata, é possível realizar uma exploração madeireira de baixo impacto.
A lei já permite concessões para esse tipo de atividade em unidades de conservação como as Flonas (florestas nacionais), embora a ideia ainda esteja engatinhando.
CÁLCULO
E foi com base na Flona do Jamari (RO) que os pesquisadores calcularam o potencial desse mercado para todas as florestas nacionais e estaduais da Amazônia: até R$ 2,2 bilhões anuais -- mais do que todo o mercado atual de madeira nativa do Brasil.
Atividades extrativistas de baixo impacto, como obtenção de castanha-do-pará e borracha, somam mais de R$ 50 milhões a esse número.
Outro potencial inexplorado, segundo a pesquisa, é o dos parques nacionais --de 67 existentes hoje, apenas 18 cobram ingresso dos visitantes e monitoram seu fluxo.
Usando dados de locais bem conhecidos, como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), e estimativas do aumento do turismo nos próximos anos por conta de eventos como as Olimpíadas de 2016, os pesquisadores afirmam que seria possível obter até R$ 2 bilhões por ano.
A principal aposta para o futuro, no entanto, envolve a emissão evitada de gás carbônico, principal causador do aquecimento global.
ESTAMOS RECRIANDO O MUNDO
Deixo abaixo um texto muito interessante do embaixador Marcos de Azambuja, onde a frase "estamos recriando o mundo" me parece extremamente correta para o momento atual.
Otimismo
Marcos de Azambuja: “Estamos recriando o mundo”
A frase sintetiza o atual momento em que vivemos na opinião do embaixador Marcos de Azambuja. Aqui, ele fala sobre a nova safra de líderes, meio ambiente e China.
O carioca Marcos de Azambuja, de 74 anos, fez carreira diplomática no Itamaraty, atuando como embaixador do Brasil na Argentina (1992 a 1997) e na França (1997 a 2003). Experiente negociador para temas espinhosos, como desarmamento, integração regional e desenvolvimento sustentável, o embaixador também é um conhecedor das boas práticas de governança corporativa. Atualmente, é membro do conselho consultivo da PSA (Peugeot-Citroën), vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e palestrante profissional. VOCÊ S/A foi ouvir Marcos de Azambuja para saber sua opinião sobre a crise, a nova safra de líderes que está chegando ao poder e a China. Confira trechos editados da entrevista.
Qual a melhor maneira de encarar a crise?
As pessoas têm de focar no pós-crise. Pensar, primeiro, no que fazer quando ela começar a perder força e, depois, estar preparadas para quando o mundo se reorganizar. Esta é uma crise grave, mas virá um novo mundo.
Que mundo novo é esse?
Por ser emergente, o Brasil tem condições de aproveitar a crise para mudar seu patamar de inserção internacional e sair mais alto do que entrou nessa pirâmide — o que era impensável décadas atrás.
A Geração Y (nascidos após 1980) tem uma visão equilibrada do que está acontecendo?
É da natureza do jovem o sentido de urgência, a vitalidade, a pressa, a ambição. Não se pode pedir ao moço que ele seja outra coisa se não moço. Isso seria negar sua própria condição. O que a nova geração deve levar em conta é que há períodos em que pouca coisa acontece e o tempo parece andar mais devagar, e há períodos em que as coisas andam muito depressa. E a crise é mais um acelerador do que um retardador.
Existe um glamour em torno da carreira global. Afinal, o brasileiro gosta de sair do Brasil?
Primeiro, nós temos um país tão grande que boa parte dos brasileiros não quer sair daqui. Tendemos a olhar para o nosso próprio umbigo. Segundo, nós falamos uma língua que não é universal. Terceiro, somos criados com uma ideia de que o Brasil se basta, e esse ufanismo eacute; muito nosso. Então temos uma permanente tensão entre o brasileiro internacional e aquele que vive exclusivamente a realidade nacional.
Quais são as virtudes dos executivos brasileiros?
Ser flexível e aberto, porque tudo o que não somos é um país rígido. Aqui é permitido umdinamismo social indispensável para que pudéssemos entrar num ciclo virtuoso de uns anos pra cá: primeiro acertamos a mão no processo político, com o restabelecimento da democracia no final dos anos 80, depois no processo macroeconômico, com o Real e a racionalização da economia. E agora com a política inteligente de inclusão social, que incorporou numa base de prosperidade e de riqueza real um segmento da sociedade que estava totalmente esquecido.
Muitos presidentes de empresa estão entusiasmados com a economia da China mesmo na crise. Ela vai substituir os Estados Unidos?
Há uma China que transmite grande otimismo. Incorporar 600 milhões de pessoas numa sociedade de consumo é um ganho extraordinário. O outro lado da moeda: mais de 800 milhões de chineses vivem no campo, em pequenas aldeias. Essa parcela da população está fora da civilização urbana. Há uma China das luzes e outra das trevas — e ambas coexistem. O mesmo se dá na Índia. Mas o fato central é que nos últimos anos o país é o exemplo mais brilhante de dinamismo econômico. O Brasil precisa explorar mais as parcerias comerciais com a China.
Há semelhanças com o Brasil?
Considerando as economias emergentes, o Brasil fez melhor o dever de casa do que os outros países. Já incorporamos as populações rurais às cidades, e até por isso temos o problema do caos urbano. Mas a ciência e a tecnologia na China e na Índia estão mais adiantadas do que aqui. No entanto, a nossa sociedade é mais harmoniosa do que as dos outros países emergentes.
As consequências do crescimento global acelerado são os danos ao meio ambiente. O senhor vê soluções?
Hoje as pessoas querem qualidade de vida com sustentabilidade. Não sou pessimista. Acho a capacidade de criação humana mais veloz do que a de destruição dos recursos físicos. Nós vamos encontrar, pouco a pouco, maneiras de fazer mais e melhor causando menos danos ao planeta. Mas há pavor em relação a esta questão. Estamos às vésperas de novas revoluções industriais, científicas e tecnológicas grandes — informática; genética humana, vegetal e animal; telecomunicações. Estamos recriando o mundo. Ser jovem hoje é melhor do que quando eu era moço, porque as fronteiras estão mais amplas.
Otimismo
Marcos de Azambuja: “Estamos recriando o mundo”
A frase sintetiza o atual momento em que vivemos na opinião do embaixador Marcos de Azambuja. Aqui, ele fala sobre a nova safra de líderes, meio ambiente e China.
O carioca Marcos de Azambuja, de 74 anos, fez carreira diplomática no Itamaraty, atuando como embaixador do Brasil na Argentina (1992 a 1997) e na França (1997 a 2003). Experiente negociador para temas espinhosos, como desarmamento, integração regional e desenvolvimento sustentável, o embaixador também é um conhecedor das boas práticas de governança corporativa. Atualmente, é membro do conselho consultivo da PSA (Peugeot-Citroën), vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e palestrante profissional. VOCÊ S/A foi ouvir Marcos de Azambuja para saber sua opinião sobre a crise, a nova safra de líderes que está chegando ao poder e a China. Confira trechos editados da entrevista.
Qual a melhor maneira de encarar a crise?
As pessoas têm de focar no pós-crise. Pensar, primeiro, no que fazer quando ela começar a perder força e, depois, estar preparadas para quando o mundo se reorganizar. Esta é uma crise grave, mas virá um novo mundo.
Que mundo novo é esse?
Por ser emergente, o Brasil tem condições de aproveitar a crise para mudar seu patamar de inserção internacional e sair mais alto do que entrou nessa pirâmide — o que era impensável décadas atrás.
A Geração Y (nascidos após 1980) tem uma visão equilibrada do que está acontecendo?
É da natureza do jovem o sentido de urgência, a vitalidade, a pressa, a ambição. Não se pode pedir ao moço que ele seja outra coisa se não moço. Isso seria negar sua própria condição. O que a nova geração deve levar em conta é que há períodos em que pouca coisa acontece e o tempo parece andar mais devagar, e há períodos em que as coisas andam muito depressa. E a crise é mais um acelerador do que um retardador.
Existe um glamour em torno da carreira global. Afinal, o brasileiro gosta de sair do Brasil?
Primeiro, nós temos um país tão grande que boa parte dos brasileiros não quer sair daqui. Tendemos a olhar para o nosso próprio umbigo. Segundo, nós falamos uma língua que não é universal. Terceiro, somos criados com uma ideia de que o Brasil se basta, e esse ufanismo eacute; muito nosso. Então temos uma permanente tensão entre o brasileiro internacional e aquele que vive exclusivamente a realidade nacional.
Quais são as virtudes dos executivos brasileiros?
Ser flexível e aberto, porque tudo o que não somos é um país rígido. Aqui é permitido umdinamismo social indispensável para que pudéssemos entrar num ciclo virtuoso de uns anos pra cá: primeiro acertamos a mão no processo político, com o restabelecimento da democracia no final dos anos 80, depois no processo macroeconômico, com o Real e a racionalização da economia. E agora com a política inteligente de inclusão social, que incorporou numa base de prosperidade e de riqueza real um segmento da sociedade que estava totalmente esquecido.
Muitos presidentes de empresa estão entusiasmados com a economia da China mesmo na crise. Ela vai substituir os Estados Unidos?
Há uma China que transmite grande otimismo. Incorporar 600 milhões de pessoas numa sociedade de consumo é um ganho extraordinário. O outro lado da moeda: mais de 800 milhões de chineses vivem no campo, em pequenas aldeias. Essa parcela da população está fora da civilização urbana. Há uma China das luzes e outra das trevas — e ambas coexistem. O mesmo se dá na Índia. Mas o fato central é que nos últimos anos o país é o exemplo mais brilhante de dinamismo econômico. O Brasil precisa explorar mais as parcerias comerciais com a China.
Há semelhanças com o Brasil?
Considerando as economias emergentes, o Brasil fez melhor o dever de casa do que os outros países. Já incorporamos as populações rurais às cidades, e até por isso temos o problema do caos urbano. Mas a ciência e a tecnologia na China e na Índia estão mais adiantadas do que aqui. No entanto, a nossa sociedade é mais harmoniosa do que as dos outros países emergentes.
As consequências do crescimento global acelerado são os danos ao meio ambiente. O senhor vê soluções?
Hoje as pessoas querem qualidade de vida com sustentabilidade. Não sou pessimista. Acho a capacidade de criação humana mais veloz do que a de destruição dos recursos físicos. Nós vamos encontrar, pouco a pouco, maneiras de fazer mais e melhor causando menos danos ao planeta. Mas há pavor em relação a esta questão. Estamos às vésperas de novas revoluções industriais, científicas e tecnológicas grandes — informática; genética humana, vegetal e animal; telecomunicações. Estamos recriando o mundo. Ser jovem hoje é melhor do que quando eu era moço, porque as fronteiras estão mais amplas.
EM BRASILIA DEZENOVE HORAS .... A HORA DO BRASIL AINDA CHEGARÁ
25/05/2011 - 20h13
Aprovação de Código Florestal foi precipitada, dizem cientistas
A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e ABC (Academia Brasileira de Ciências) divulgaram juntas uma nota nesta quarta-feira que critica a aprovação do Código Florestal pela Câmara dos Deputados.
"A SBPC e a ABC consideram precipitada a decisão tomada na Câmara dos Deputados, pois não levou em consideração aspectos científicos e tecnológicos na construção de um instrumento legal para o país considerando a sua variabilidade ambiental por bioma", ressaltou o documento.
Nele, os presidentes das duas entidades ressaltaram que nunca houve convite oficial do Congresso para que a ABC e a SBPC participassem das discussões sobre o substitutivo da lei florestal.
As entidades criaram um grupo de trabalho composto por cientistas das diferentes áreas e, em fevereiro, divulgaram um relatório afirmando que as APPs (áreas de preservação permanente), como matas em margens de rio, não poderiam ser alteradas --como prevê o texto-base aprovado na madrugada desta quarta-feira.
Nesta semana, os dois órgãos solicitaram ao governo mais dois anos para construção de um código com base científica e tecnológica.
MADE IN CHINA
As consequencias dos efeitos climáticos estão por todo o planeta...
Yangtzé, o rio mais longo da Ásia, sofre sua pior seca em 50 anos
O rio Yangtzé, o mais longo da Ásia e em cuja bacia vive um terço da população chinesa (cerca de 400 milhões de pessoas), enfrenta a pior seca em 50 anos, devido à maior escassez de chuvas desde 1961, informou nesta segunda-feira a agência oficial Xinhua.
As províncias do curso médio do rio (Jiangxi, Hunan e Hubei) são as mais afetadas, já que nelas as precipitações entre janeiro e abril foram entre 40% e 60% inferiores à média anual, destacou o diretor do centro de controle de inundações e secas do rio, Wang Guosheng.
A seca afeta os sistemas de irrigação, o abastecimento de água em algumas regiões e inclusive o transporte fluvial deste rio, uma das artérias do transporte de carga na China, e onde já foram vários os navios que encalharam devido ao caudal reduzido.
Nos próximos meses a bacia do Yangtzé entrará na estação de chuvas, na qual as fortes precipitações frequentes no verão na região, unidas à atual seca do terreno, poderiam piorar esta temporada as inundações, que já no ano passado causaram milhares de mortos na bacia.
A seca obrigou a liberar água da represa das Três Gargantas, situada em seu curso alto e considerada o maior projeto hidráulico do mundo.
O Yangtzé mede 6.397 quilômetros, e seu delta, no qual fica a cidade de Xangai, é a região mais rica do gigante asiático.
Yangtzé, o rio mais longo da Ásia, sofre sua pior seca em 50 anos
O rio Yangtzé, o mais longo da Ásia e em cuja bacia vive um terço da população chinesa (cerca de 400 milhões de pessoas), enfrenta a pior seca em 50 anos, devido à maior escassez de chuvas desde 1961, informou nesta segunda-feira a agência oficial Xinhua.
As províncias do curso médio do rio (Jiangxi, Hunan e Hubei) são as mais afetadas, já que nelas as precipitações entre janeiro e abril foram entre 40% e 60% inferiores à média anual, destacou o diretor do centro de controle de inundações e secas do rio, Wang Guosheng.
A seca afeta os sistemas de irrigação, o abastecimento de água em algumas regiões e inclusive o transporte fluvial deste rio, uma das artérias do transporte de carga na China, e onde já foram vários os navios que encalharam devido ao caudal reduzido.
Nos próximos meses a bacia do Yangtzé entrará na estação de chuvas, na qual as fortes precipitações frequentes no verão na região, unidas à atual seca do terreno, poderiam piorar esta temporada as inundações, que já no ano passado causaram milhares de mortos na bacia.
A seca obrigou a liberar água da represa das Três Gargantas, situada em seu curso alto e considerada o maior projeto hidráulico do mundo.
O Yangtzé mede 6.397 quilômetros, e seu delta, no qual fica a cidade de Xangai, é a região mais rica do gigante asiático.
AMAZÔNIA EM RISCO EXTREMO
Inpe confirma previsão de Amazônia mais quente e seca
A floresta amazônica ficará mais quente e com eventos naturais extremos --como grandes secas ou inundações-- cada vez mais comuns.
Esse tipo de projeção já vinha aparecendo em pesquisas anteriores, mas o cenário pessimista foi corroborado agora por um modelo climático mais sofisticado, levando em conta as características específicas da Amazônia.
O trabalho, feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pelo Centro Hadley, do Reino Unido, também incorporou na análise o ciclo do carbono e a dinâmica da vegetação diante das mudanças climáticas.
"Os modelos anteriores consideravam uma vegetação estática, que não reagia às alterações no clima", explica o climatologista do Inpe José Marengo, um dos autores.
Por exemplo, na seca de 2010, estima-se que a mortalidade das árvores tenha liberado 5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
O cenário agora é de mais secas no sul da Amazônia nos próximos anos e chuvas mais intensas no norte da floresta. Além disso, a mata deve ficar mais rala e aberta, processo chamado de savanização.
Tudo isso, claro, será agravado se o desmatamento não for contido. "Se o desmate aumentar, os impactos na floresta também ficarão mais intensos", diz Marengo.
Os resultados dos novos modelos sugerem que, quando o desmatamento atingir mais de 40% da extensão original da floresta amazônica, a precipitação (ou seja, o índice de chuvas) diminuirá de forma significativa no leste.
Isso provocaria um aquecimento de mais de 4ºC na parte oriental da floresta, com redução significativa das precipitações na área.
INCERTEZAS
De acordo com Marengo, há muitas dúvidas na produção de cenários futuros.
Isso porque não há como saber com precisão qual será a eficácia das políticas de redução dos impactos das mudanças climáticas ao longo dos próximos anos.
"Os tomadores de decisão precisam saber dessas previsões. É preciso reconhecer que o problema pode ter impactos na economia e sociedade", diz Marengo.
Por exemplo, no caso da importante malha fluvial amazônica, "secas extremas deixarão os rios intrafegáveis. Os políticos precisam saber disso", afirma o cientista.
De acordo com o especialista, a publicação dos resultados em forma de relatório, e não em uma revista científica, como seria praxe, foi a forma encontrada pelo grupo para que a informação chegasse aos políticos.
"Aldo Rebelo [relator da proposta do Código Florestal] diz que faltam estudos científicos. Aqui temos um estudo científico afinado com a realidade nacional. A evidência está aí", conclui ele.
A floresta amazônica ficará mais quente e com eventos naturais extremos --como grandes secas ou inundações-- cada vez mais comuns.
Esse tipo de projeção já vinha aparecendo em pesquisas anteriores, mas o cenário pessimista foi corroborado agora por um modelo climático mais sofisticado, levando em conta as características específicas da Amazônia.
O trabalho, feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pelo Centro Hadley, do Reino Unido, também incorporou na análise o ciclo do carbono e a dinâmica da vegetação diante das mudanças climáticas.
"Os modelos anteriores consideravam uma vegetação estática, que não reagia às alterações no clima", explica o climatologista do Inpe José Marengo, um dos autores.
Por exemplo, na seca de 2010, estima-se que a mortalidade das árvores tenha liberado 5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
O cenário agora é de mais secas no sul da Amazônia nos próximos anos e chuvas mais intensas no norte da floresta. Além disso, a mata deve ficar mais rala e aberta, processo chamado de savanização.
Tudo isso, claro, será agravado se o desmatamento não for contido. "Se o desmate aumentar, os impactos na floresta também ficarão mais intensos", diz Marengo.
Os resultados dos novos modelos sugerem que, quando o desmatamento atingir mais de 40% da extensão original da floresta amazônica, a precipitação (ou seja, o índice de chuvas) diminuirá de forma significativa no leste.
Isso provocaria um aquecimento de mais de 4ºC na parte oriental da floresta, com redução significativa das precipitações na área.
INCERTEZAS
De acordo com Marengo, há muitas dúvidas na produção de cenários futuros.
Isso porque não há como saber com precisão qual será a eficácia das políticas de redução dos impactos das mudanças climáticas ao longo dos próximos anos.
"Os tomadores de decisão precisam saber dessas previsões. É preciso reconhecer que o problema pode ter impactos na economia e sociedade", diz Marengo.
Por exemplo, no caso da importante malha fluvial amazônica, "secas extremas deixarão os rios intrafegáveis. Os políticos precisam saber disso", afirma o cientista.
De acordo com o especialista, a publicação dos resultados em forma de relatório, e não em uma revista científica, como seria praxe, foi a forma encontrada pelo grupo para que a informação chegasse aos políticos.
"Aldo Rebelo [relator da proposta do Código Florestal] diz que faltam estudos científicos. Aqui temos um estudo científico afinado com a realidade nacional. A evidência está aí", conclui ele.
ÀS MARGENS DO SENA
A morte hoje em São Paulo de Reali Júnior deixa o jornalismo brasileiro mais pobre, sem dúvida um dos maiores nomes da comunicação e um grande brasileiro que participou em Paris de todos os movimentos favoráveis a volta da democracia em nosso país.
Um grande homem foi embora, que suas palavras e bom humor permaneçam conosco.
Como ele dizia, alfinetando os editores de hoje em dia, ("homens que na redação separam o joio do trigo, mas geralmente publicam o joio"), tomara que o jornalismo brasileiro volte a publicar o trigo e deixe o joio de lado.
Um grande homem foi embora, que suas palavras e bom humor permaneçam conosco.
Como ele dizia, alfinetando os editores de hoje em dia, ("homens que na redação separam o joio do trigo, mas geralmente publicam o joio"), tomara que o jornalismo brasileiro volte a publicar o trigo e deixe o joio de lado.
O BRASIL E A GRANDE FLORESTA
Normalmente não coloco textos de outros autores em meu blog, porém este texto abaixo vale a pena ser lido e "digerido", pensar sobre a Grande Floresta deveria ser uma atividade de todos que ainda tem a mente lúcida aqui em nosso país tropical, enfim, poucos se interessam efetivamente por unir esforços para fazer cessar o desmatamento e promover ações de sustentabilidade ancoradas em um projeto maior para o Brasil.
PRESERVE A AMAZÔNIA, SALVE O PLANETA.
Um novo olhar para a Amazônia brasileira aponta caminhos de desenvolvimento e de inserção definitiva da região aos interesses estratégicos do país
Por Reinaldo Canto
Debatida em verso e prosa ao longo do século passado, e quase sempre negligenciada, hostilizada e até ignorada pela maioria dos brasileiros, a Amazônia, já foi vista muito mais como um problema do que como um inestimável patrimônio. Ironia das ironias, a maior floresta tropical do mundo responsável por 50% da biodiversidade e da biomassa florestal do planeta; pela maior diversidade cultural e étnica do mundo; por suas extraordinárias reservas de água doce, além de incontáveis depósitos de minérios ainda inexplorados em seu solo, sobreviveu às duras penas debaixo de uma espada pronta para subjugá-la, vencê-la, enfim destruí-la!
Felizmente, os últimos anos trouxeram novidades alvissareiras e agora é possível vislumbrar um futuro, talvez um outro destino, quem sabe menos trágico para esse imenso território que ocupa mais da metade do nosso país.
As boas notícias acompanhadas de muita cautela foram discutidas durante a realização do seminário Diálogos Capitais: A Amazônia do Século XXI, realizado na última sexta-feira, 10/12, no Reserva Cultural, em São Paulo. O evento organizado pela Carta Capital e pela Envolverde, responsável pela publicação da edição especial Carta Verde, contou com a participação de representantes de empresas e organizações com forte presença e atuação na Amazônia brasileira.
No mesmo dia, em que foi realizado o evento, o Imazon – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia – divulgou os números do desmatamento da Amazônia em outubro: 153 quilômetros quadrados (km²), registrados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
O ritmo de derrubada foi 21% menor em comparação ao registrado em outubro do ano passado mantendo-se a tendência de queda dos últimos meses.
Mesmo ainda sem conhecer os novos números do desmatamento, o conferencista do seminário Beto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon – classificou o atual estágio de ocupação da Amazônia de positiva e complexa. Para Veríssimo, se antes ela se baseava no desmatamento e na ocupação via pecuária e agricultura com grande investimento público a favor da derrubada da floresta, hoje uma confluência de fatores como o aumento considerável das informações disponíveis sobre a região; a ação fiscalizadora do estado; o ainda incipiente ordenamento territorial e as medidas de restrição as atividades econômicas responsáveis pela destruição da floresta, entre outros, resultaram numa redução drástica do desmatamento nos últimos dois anos (2008/2010). “Hoje, com as tecnologias disponíveis, é possível monitorar 5 milhões de km² com um efetivo de apenas 4 pessoas”, destacou Veríssimo.
Segundo o pesquisador do Imazon, a sociedade brasileira hoje está melhor informada sobre a realidade amazônica e também sobre os efeitos das mudanças climáticas. “Floresta em pé é a melhor maneira de não aumentar as emissões dos gases de efeito estufa”, e completou, “todo o setor de transporte não emite tanto quanto as queimadas no país”.
O amadurecimento das organizações representativas da sociedade civil que atuam na Amazônia foi outro ponto destacado por Veríssimo. Ele citou o enorme impacto que teve o acordo do Greenpeace com as grandes cadeias varejistas de supermercados para rastrear a origem da carne consumida em suas lojas. Essa é uma ação que vem obtendo bons resultados e deve servir de exemplo, pois une as organizações da sociedade civil, o setor privado e o público na defesa do bioma amazônico.
A atuação do setor privado foi também mencionado pelo palestrante do Imazon. Para ele, felizmente, a realidade de exploração da floresta pelas empresas é muito diferente da que se via nos anos 70 quando se dava de maneira totalmente predatória. Hoje uma parte significativa do empresariado possui uma preocupação com os impactos sociais, ambientais e culturais causados por suas atividades.
As empresas que atuam diretamente na Amazônia, portanto, tem um papel fundamental na construção dessa nova maneira de viver e conviver com a floresta. Um dos debatedores do Diálogos Capitais, o diretor de assuntos institucionais da Alcoa Alumínio, Nemércio Nogueira, foi enfático ao relatar a ausência do poder público em muitas localidades amazônicas. Segundo ele, o município de Juruti fundado há 128 anos, no estado do Pará, apenas em 2006 recebeu, pela primeira vez, a visita de um governador, aliás, governadora, Ana Julia Carepa. “E isso só ocorreu, pois ela foi especialmente para a inauguração da mina de bauxita da Alcoa”, lembrou Nemércio. Nas palavras do diretor da Alcoa, a busca pelo apoio da comunidade mesmo sem o apoio do estado e, “também sem um manual de medidas sustentáveis, inexistente em 2005 quando ali chegamos”, tem sido um trabalho constante da empresa. “Já fizemos audiências públicas com a presença de 8 mil pessoas”, diz Nemércio, numa demonstração da nova mentalidade que setores da iniciativa privada tentam implementar em comunidades carentes, e que atuem como, “uma alavanca ao desenvolvimento e não servindo como muleta”, por meio de ações sociais e ambientais com a maciça participação da população local.
A ausência dos serviços básicos é um dos muitos exemplos das carências de proporções amazônicas, com o perdão do trocadilho, que boa parte dos 24 milhões de moradores da região enfrenta em seu cotidiano e um dos principais desafios para os próximos anos: o de oferecer condições dignas de vida para todos os seus habitantes. Para os participantes do encontro, o morador da Amazônia precisa enxergar a floresta como algo de valor e não como inimiga. E essa não é uma tarefa fácil. O legado de violência, de concentração e pouca distribuição da riqueza são entraves para que uma nova visão de Amazônia se instale definitivamente no seio da população local.
Nas palavras de Mirela Sandrini, gerente de gestão do Fundo Vale, é preciso conciliar crescimento econômico, qualidade de vida e conservação dos recursos naturais. O Fundo trabalha com projetos estruturantes de maneira a replicar modelos bem sucedidos que busquem, por exemplo, as boas práticas agropecuárias e o manejo florestal ao mesmo tempo que contribuam para o fortalecimento social das comunidades. “É preciso desenvolver cadeias produtivas fazendo com que os produtos da floresta possuam valor agregado e as suas rendas revertidas em benefício das comunidades”.
Adriana Ramos, coordenadora para a Amazônia do ISA – Instituto Socioambiental – ONG com atuação destacada na região, acredita que a vocação natural seja mesmo o manejo florestal e não a agropecuária. “Não queremos que a Amazônia seja intocada, mas de uso diferenciado”. Ela acredita que o olhar do país está voltado para a agricultura, quando deveria mirar o regime de chuvas da Amazônia que abastece o Sudeste. Esse, entre vários benefícios de regulação do clima proporcionados pela floresta para o resto do país. Adriana também vê como muito positivo o aumento substancial das áreas protegidas nos últimos 20 anos (de 8% em 1990 para 44% em 2010). “O caminho é a sustentabilidade dos territórios indígenas e das Unidades de Conservação”.
As áreas demarcadas e protegidas por lei devem contribuir para que seja alcançada a meta estabelecida no governo Lula de redução do desmatamento em 80% até 2.020, tendo em vista que já houve uma drástica queda no desmatamento no período que compreende os anos de 2008 a 2010, mas Veríssimo do Imazon fez questão de lembrar que isso representa ainda mais de 3 mil km² .
“Para reduzir o desmatamento é preciso transforma-lo em uma atividade cara, ao mesmo tempo, fazer a economia de baixo carbono ser competitiva, o que não acontece hoje”. Segundo dados do Imazon, as atividades ligadas ao desmatamento rendem o dobro daquelas consideradas sustentáveis.
As boas notícias estão surgindo, mas possuem ainda um alcance limitado diante dos grandes desafios para que a floresta não sucumba a exploração predatória. Para isso é preciso que todos se unam, governos, empresas, terceiro setor e comunidades locais em torno de um planejamento estratégico com a definição de políticas de grande alcance que busquem um marco regulatório, o ordenamento territorial, a melhoria da qualidade de vida da população e a reformulação de leis que atendam as necessidades e complexidades da região.
O moderador do debate e diretor da Envolverde, Dal Marcondes mencionou a lei de patentes brasileira que precisa sofrer urgentes mudanças , “como está ela facilita a saída da biodiversidade do país”. Marcondes ressaltou que as empresas enfrentam uma “maratona cartorial” para obter as licenças legais para uso dos insumos.
Ao final do Diálogos Capitais ficou uma certeza: a Amazônia é muito mais que uma solução, ela representa parte vital do futuro do país. Se caiu em desuso a expressão “pulmão verde” para definir a floresta, talvez melhor seria chama-la de “coração do Brasil”. O diretor da Envolverde foi enfático ao afirmar que sem a Amazônia o Brasil seria um país comum como tantos outros e sem importância e relevância no cenário internacional. Ele conclamou as pessoas, mas especialmente os jornalistas a falar mais e divulgar o tema Amazônia. “A informação é um dos melhores caminhos para que a sociedade brasileira conheça, entenda e preocupe-se com esse território tão importante e mesmo assim ainda tão desconhecido”. E é esse desconhecimento que preocupa. Deixar nossa Amazônia à mercê de ganâncias e ignorâncias alheias pode resultar no enfarte desse coração verde cujas consequências para todos nós é melhor nem imaginar.
Reinaldo Canto
São Paulo, Brazil
Sou Reinaldo Canto, profissional de comunicação há mais de 30 anos. Formado pela Cásper Líbero, cursei letras na USP e conclui uma pós-graduação em Gestão do Conhecimento na UFRJ. Trabalhei muitos anos em emissoras de televisão, da Cultura a Bandeirantes passei por todos os canais abertos VHFs, das chefias variadas a reportagem. Estive em empresas desempenhando funções de comunicação (gerências e assessoria de imprensa, além de consultorias). Fui também diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, síndico do meu prédio e por aí afora. Até que um belo dia o mosquito do ambientalismo me picou. Essa picada ocorreu em 2002 quando me tornei diretor de comunicação do Greenpeace Brasil. Depois disso nunca mais fui o mesmo. Sai dos Greenpeace para uma temporada de estudos na Austrália. Depois passei pela comunicação do Instituto Akatu. Fui correspondente da Carta Capital e da Envolverde na COP-15 em Copenhague (2009) Meio Ambiente, Sustentabilidade, Consumo Consciente e Cidadania são os temas que fazem parte da minha agenda e, eu faço votos, que também faça parte da sua e de muita gente preocupada com o futuro do nosso querido planetinha azul.
PRESERVE A AMAZÔNIA, SALVE O PLANETA.
Um novo olhar para a Amazônia brasileira aponta caminhos de desenvolvimento e de inserção definitiva da região aos interesses estratégicos do país
Por Reinaldo Canto
Debatida em verso e prosa ao longo do século passado, e quase sempre negligenciada, hostilizada e até ignorada pela maioria dos brasileiros, a Amazônia, já foi vista muito mais como um problema do que como um inestimável patrimônio. Ironia das ironias, a maior floresta tropical do mundo responsável por 50% da biodiversidade e da biomassa florestal do planeta; pela maior diversidade cultural e étnica do mundo; por suas extraordinárias reservas de água doce, além de incontáveis depósitos de minérios ainda inexplorados em seu solo, sobreviveu às duras penas debaixo de uma espada pronta para subjugá-la, vencê-la, enfim destruí-la!
Felizmente, os últimos anos trouxeram novidades alvissareiras e agora é possível vislumbrar um futuro, talvez um outro destino, quem sabe menos trágico para esse imenso território que ocupa mais da metade do nosso país.
As boas notícias acompanhadas de muita cautela foram discutidas durante a realização do seminário Diálogos Capitais: A Amazônia do Século XXI, realizado na última sexta-feira, 10/12, no Reserva Cultural, em São Paulo. O evento organizado pela Carta Capital e pela Envolverde, responsável pela publicação da edição especial Carta Verde, contou com a participação de representantes de empresas e organizações com forte presença e atuação na Amazônia brasileira.
No mesmo dia, em que foi realizado o evento, o Imazon – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia – divulgou os números do desmatamento da Amazônia em outubro: 153 quilômetros quadrados (km²), registrados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
O ritmo de derrubada foi 21% menor em comparação ao registrado em outubro do ano passado mantendo-se a tendência de queda dos últimos meses.
Mesmo ainda sem conhecer os novos números do desmatamento, o conferencista do seminário Beto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon – classificou o atual estágio de ocupação da Amazônia de positiva e complexa. Para Veríssimo, se antes ela se baseava no desmatamento e na ocupação via pecuária e agricultura com grande investimento público a favor da derrubada da floresta, hoje uma confluência de fatores como o aumento considerável das informações disponíveis sobre a região; a ação fiscalizadora do estado; o ainda incipiente ordenamento territorial e as medidas de restrição as atividades econômicas responsáveis pela destruição da floresta, entre outros, resultaram numa redução drástica do desmatamento nos últimos dois anos (2008/2010). “Hoje, com as tecnologias disponíveis, é possível monitorar 5 milhões de km² com um efetivo de apenas 4 pessoas”, destacou Veríssimo.
Segundo o pesquisador do Imazon, a sociedade brasileira hoje está melhor informada sobre a realidade amazônica e também sobre os efeitos das mudanças climáticas. “Floresta em pé é a melhor maneira de não aumentar as emissões dos gases de efeito estufa”, e completou, “todo o setor de transporte não emite tanto quanto as queimadas no país”.
O amadurecimento das organizações representativas da sociedade civil que atuam na Amazônia foi outro ponto destacado por Veríssimo. Ele citou o enorme impacto que teve o acordo do Greenpeace com as grandes cadeias varejistas de supermercados para rastrear a origem da carne consumida em suas lojas. Essa é uma ação que vem obtendo bons resultados e deve servir de exemplo, pois une as organizações da sociedade civil, o setor privado e o público na defesa do bioma amazônico.
A atuação do setor privado foi também mencionado pelo palestrante do Imazon. Para ele, felizmente, a realidade de exploração da floresta pelas empresas é muito diferente da que se via nos anos 70 quando se dava de maneira totalmente predatória. Hoje uma parte significativa do empresariado possui uma preocupação com os impactos sociais, ambientais e culturais causados por suas atividades.
As empresas que atuam diretamente na Amazônia, portanto, tem um papel fundamental na construção dessa nova maneira de viver e conviver com a floresta. Um dos debatedores do Diálogos Capitais, o diretor de assuntos institucionais da Alcoa Alumínio, Nemércio Nogueira, foi enfático ao relatar a ausência do poder público em muitas localidades amazônicas. Segundo ele, o município de Juruti fundado há 128 anos, no estado do Pará, apenas em 2006 recebeu, pela primeira vez, a visita de um governador, aliás, governadora, Ana Julia Carepa. “E isso só ocorreu, pois ela foi especialmente para a inauguração da mina de bauxita da Alcoa”, lembrou Nemércio. Nas palavras do diretor da Alcoa, a busca pelo apoio da comunidade mesmo sem o apoio do estado e, “também sem um manual de medidas sustentáveis, inexistente em 2005 quando ali chegamos”, tem sido um trabalho constante da empresa. “Já fizemos audiências públicas com a presença de 8 mil pessoas”, diz Nemércio, numa demonstração da nova mentalidade que setores da iniciativa privada tentam implementar em comunidades carentes, e que atuem como, “uma alavanca ao desenvolvimento e não servindo como muleta”, por meio de ações sociais e ambientais com a maciça participação da população local.
A ausência dos serviços básicos é um dos muitos exemplos das carências de proporções amazônicas, com o perdão do trocadilho, que boa parte dos 24 milhões de moradores da região enfrenta em seu cotidiano e um dos principais desafios para os próximos anos: o de oferecer condições dignas de vida para todos os seus habitantes. Para os participantes do encontro, o morador da Amazônia precisa enxergar a floresta como algo de valor e não como inimiga. E essa não é uma tarefa fácil. O legado de violência, de concentração e pouca distribuição da riqueza são entraves para que uma nova visão de Amazônia se instale definitivamente no seio da população local.
Nas palavras de Mirela Sandrini, gerente de gestão do Fundo Vale, é preciso conciliar crescimento econômico, qualidade de vida e conservação dos recursos naturais. O Fundo trabalha com projetos estruturantes de maneira a replicar modelos bem sucedidos que busquem, por exemplo, as boas práticas agropecuárias e o manejo florestal ao mesmo tempo que contribuam para o fortalecimento social das comunidades. “É preciso desenvolver cadeias produtivas fazendo com que os produtos da floresta possuam valor agregado e as suas rendas revertidas em benefício das comunidades”.
Adriana Ramos, coordenadora para a Amazônia do ISA – Instituto Socioambiental – ONG com atuação destacada na região, acredita que a vocação natural seja mesmo o manejo florestal e não a agropecuária. “Não queremos que a Amazônia seja intocada, mas de uso diferenciado”. Ela acredita que o olhar do país está voltado para a agricultura, quando deveria mirar o regime de chuvas da Amazônia que abastece o Sudeste. Esse, entre vários benefícios de regulação do clima proporcionados pela floresta para o resto do país. Adriana também vê como muito positivo o aumento substancial das áreas protegidas nos últimos 20 anos (de 8% em 1990 para 44% em 2010). “O caminho é a sustentabilidade dos territórios indígenas e das Unidades de Conservação”.
As áreas demarcadas e protegidas por lei devem contribuir para que seja alcançada a meta estabelecida no governo Lula de redução do desmatamento em 80% até 2.020, tendo em vista que já houve uma drástica queda no desmatamento no período que compreende os anos de 2008 a 2010, mas Veríssimo do Imazon fez questão de lembrar que isso representa ainda mais de 3 mil km² .
“Para reduzir o desmatamento é preciso transforma-lo em uma atividade cara, ao mesmo tempo, fazer a economia de baixo carbono ser competitiva, o que não acontece hoje”. Segundo dados do Imazon, as atividades ligadas ao desmatamento rendem o dobro daquelas consideradas sustentáveis.
As boas notícias estão surgindo, mas possuem ainda um alcance limitado diante dos grandes desafios para que a floresta não sucumba a exploração predatória. Para isso é preciso que todos se unam, governos, empresas, terceiro setor e comunidades locais em torno de um planejamento estratégico com a definição de políticas de grande alcance que busquem um marco regulatório, o ordenamento territorial, a melhoria da qualidade de vida da população e a reformulação de leis que atendam as necessidades e complexidades da região.
O moderador do debate e diretor da Envolverde, Dal Marcondes mencionou a lei de patentes brasileira que precisa sofrer urgentes mudanças , “como está ela facilita a saída da biodiversidade do país”. Marcondes ressaltou que as empresas enfrentam uma “maratona cartorial” para obter as licenças legais para uso dos insumos.
Ao final do Diálogos Capitais ficou uma certeza: a Amazônia é muito mais que uma solução, ela representa parte vital do futuro do país. Se caiu em desuso a expressão “pulmão verde” para definir a floresta, talvez melhor seria chama-la de “coração do Brasil”. O diretor da Envolverde foi enfático ao afirmar que sem a Amazônia o Brasil seria um país comum como tantos outros e sem importância e relevância no cenário internacional. Ele conclamou as pessoas, mas especialmente os jornalistas a falar mais e divulgar o tema Amazônia. “A informação é um dos melhores caminhos para que a sociedade brasileira conheça, entenda e preocupe-se com esse território tão importante e mesmo assim ainda tão desconhecido”. E é esse desconhecimento que preocupa. Deixar nossa Amazônia à mercê de ganâncias e ignorâncias alheias pode resultar no enfarte desse coração verde cujas consequências para todos nós é melhor nem imaginar.
Reinaldo Canto
São Paulo, Brazil
Sou Reinaldo Canto, profissional de comunicação há mais de 30 anos. Formado pela Cásper Líbero, cursei letras na USP e conclui uma pós-graduação em Gestão do Conhecimento na UFRJ. Trabalhei muitos anos em emissoras de televisão, da Cultura a Bandeirantes passei por todos os canais abertos VHFs, das chefias variadas a reportagem. Estive em empresas desempenhando funções de comunicação (gerências e assessoria de imprensa, além de consultorias). Fui também diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, síndico do meu prédio e por aí afora. Até que um belo dia o mosquito do ambientalismo me picou. Essa picada ocorreu em 2002 quando me tornei diretor de comunicação do Greenpeace Brasil. Depois disso nunca mais fui o mesmo. Sai dos Greenpeace para uma temporada de estudos na Austrália. Depois passei pela comunicação do Instituto Akatu. Fui correspondente da Carta Capital e da Envolverde na COP-15 em Copenhague (2009) Meio Ambiente, Sustentabilidade, Consumo Consciente e Cidadania são os temas que fazem parte da minha agenda e, eu faço votos, que também faça parte da sua e de muita gente preocupada com o futuro do nosso querido planetinha azul.
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